Nino (João Cosmo Félix)

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Tamba (Cândido Santos Xavier)
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Nino (João Cosmo Félix)

Trabalhou como cortador de cana e como ferreiro e não recebeu educação artística formal antes de iniciar suas atividades como escultor com a produção de brinquedos em lata e madeira, tais como veículos em miniatura. Passou depois à produção de figuras de macacos com partes móveis e caudas de corda, que ele chamava de “dezessete” (número do macaco no jogo do bicho). Por volta de 1980, após se filiar a uma cooperativa de artistas, o que garantiu demanda mais constante e diversificada, passou a aumentar as dimensões de suas esculturas, algumas das quais ultrapassaram um metro de altura. Sua esposa Perpétua da Conceição passou a acompanhá-lo no ofício, produzindo contrapartes femininas de suas figuras. 

Nino participou da exposição coletiva Brésil, Arts Populaires (Paris, 1987) e da Mostra do Redescobrimento (São Paulo, 2000), além de ter exposto individualmente no Rio de Janeiro e na exposição Nino: o essencial em estado bruto (São Paulo e Fortaleza, 2001-2002). Sua obra é composta por esculturas em madeira (imburana ou timbaúba), muitas contando também com cordas de imbira. São pintadas com cores contrastantes, sendo que o artista utilizava inicialmente tinta d’água e depois passou a empregar tinta a óleo. Representam histórias povoadas por animais como peixes, pássaros, elefantes, macacos, cavalos ou cabras, além de figuras humanas, tais como caçadores e Mateus (figuras de reisados), entre outros temas. Antes de 1980, sua produção compunha-se de animais de madeira com cauda de corda, com dimensões de até 70 cm, “assombradamente pintados de marrom e laivos de negro e branco”, segundo Lélia Coelho Frota. 

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A partir de então, grandes blocos de madeira policromada passaram a incorporar figuras recortadas na parte superior e cenas em alto-relevo na parte inferior – “uma extraordinária galeria de estelas [colunas] do sertão”, para a crítica. Conforme Dodora Guimarães, “a infância vivida no mato, ora caçando passarinho ou brincando de burrica – espécie de carrossel que construía para se divertir com a meninada – é a fonte perene de seu fabulário antológico“e de suas “esculturas plenas de encantamento e concisão”. Para Emanoel Araujo, suas obras são como “totens onde ele empilha figuras humanas, macacos, aves, cenas de trabalho, a vida cotidiana”.

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