Louco
Nasceu em cidade do Recôncavo Baiano impregnada de religiosidade, onde o catolicismo tem fácil releitura por cosmologias africanas, como no caso da Irmandade da Boa Morte. A temática religiosa católica do escultor produz obra em estilo fantástico, onde se destacam cristos, anjos e santos. Há também tocadores de atabaque, figuras bíblicas, invenções onde se funde o fantástico e o místico, marca de expressões populares na Bahia. Daí resultam as composições complexas do artista. Por serem fora do comum, escapando à mesmice da obra de talha de inspiração turística, seu autor foi chamado de “louco” no ambiente fechado da pequena cidade, adotando depois este nome. O escultor trabalha em jacarandá, vinhático, sucupira, jaqueira, com o mesmo domínio técnico. A forma natural da madeira representa o desafio, de onde tem que tirar a figura imaginada. São cabeças talhada com vigor, cabelos em escamas, olhos entreabertos e narizes longos e afilados, tornando suas peças inconfundíveis.