Artur Pereira

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Aurelino dos Santos
23 de agosto de 2022
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Antônio Julião
23 de agosto de 2022
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Artur Pereira

Nascido em um pequeno distrito do município de Mariana, tem sete irmãos (Dorvalina, Amélia, Maria, Lucília, Geraldo, Abelardo e Rosalina)¹. Suas lembranças são de uma infância difícil: começa ainda criança a trabalhar com o pai e pouco frequenta a escola. O pai, lavrador e vendedor ambulante de panelas de pedra sabão, morre quando Artur Pereira tem entre 15 e 18 anos. A mãe é costureira e trabalha em casa. Quando rapaz, faz pequenos bichos de barro para presépios, os quais, segundo diz, muito agradam às moças do arraial².

Durante a vida, exerce as atividades de lenhador, carvoeiro e, mais tarde, pedreiro e carpinteiro, além de trabalhar na lavoura na época de roça, plantando milho, feijão e arroz. Casa-se com Juvenil dos Reis Pereira, conhecida como dona Fiota. Eles têm cinco filhos. Enquanto mora em um rancho longe da cidade, na época em que trabalha como lenhador, produz gamelas de madeira e, certa vez, esculpe em cedro uma gata que vive com ele. Apesar dos elogios, Artur Pereira deixa de lado a escultura e volta a ela apenas na década de 1960, quando se fixa novamente em Cachoeira do Brumado, depois de aproximadamente 20 anos passados na mata picando lenha e voltando à vila natal no período das chuvas.

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Sempre em cedro, passa a esculpir animais isolados, como boi, onça, cachorro e leão. As peças são pintadas com a tinta que houvesse e as partes do corpo, como membros e patas, são coladas. Em 1968, realiza suas primeiras esculturas de mais de uma figura. Trata-se de conjuntos de animais que, por vezes, incluem também homens, talhados em uma só peça de madeira. Seu primeiro conjunto é uma caçada; o segundo um presépio. Em 1971, vence um concurso de presépios promovido pela Fundação de Arte de Ouro Preto. Suas peças passam a ter maior projeção, sendo vendidas em galerias de diferentes cidades do país. É nesse período que começa a ganhar algum dinheiro com suas esculturas e passa a dedicar-se exclusivamente a isso.

Sua obra é admirada e acompanhada por marchands e artistas, como Amilcar de Castro (1920-2002), Paulo Vasconcellos (1932-2010), César Aché (1953) e Renato Madureira (1960). Em 1989, Artur Pereira tem individual no Espaço Cultural Companhia Vale do Rio Doce, no Rio de Janeiro. Suas peças são apresentadas em coletivas como Brésil, Arts Populaires (Paris, 1987) e Mostra do Redescobrimento (na Fundação Bienal de São Paulo, 2000). Em 2009, o Instituto Moreira Salles faz uma retrospectiva de sua obra, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

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