Almir da Silva Mavignier (Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1925 – Hamburgo, Alemanha, 2018). Pintor e artista gráfico. Reconhecido como um dos primeiros brasileiros a produzir arte concreta, é também estimado por ter proposto, com a médica Nise da Silveira (1905 – 1999), o uso de atividades artísticas como método de terapia ocupacional.
Mavignier inicia seu aprendizado artístico nos cursos da Associação Brasileira de Desenho, em 1946. No mesmo ano, frequenta o ateliê do artista húngaro Arpad Szenes (1897-1985), de quem recebe influência. Também participa, nessa época, da fundação do Ateliê de Pintura e Modelagem, que integra a Seção de Terapêutica Ocupacional do Hospital Psiquiátrico do Engenho de Dentro (atual Museu de Imagens do Inconsciente), criado pela psiquiatra Nise da Silveira. Lá, orienta internos como Raphael (1912-1979), Emygdio de Barros (1895-1986) e Isaac (1906-1966).
A primeira mostra retrospectiva do artista é organizada em 1967; montada em Munique e Hanover. Mavignier se naturaliza alemão em 1981, mas sua importância como artista brasileiro cresce em seu país de origem. Entre o final do século XX e início do século XXI, são organizados no Brasil diversos eventos dedicados a sua obra: em 1989, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) monta uma exposição com seu trabalho gráfico; cinco anos depois ele tem parte de sua obra exibida na mostra Bienal Brasil Século XX; em 2000, a pesquisadora Aracy Amaral monta uma exposição em homenagem aos 75 anos do artista, no MAM/SP.
É possível identificar na trajetória de Mavignier, entre o artista figurativo e o concreto, um percurso de mudança e consolidação artística que resulta de estudo e pesquisa sistemáticos nas áreas de pintura e artes gráficas. É dessas escolhas que resulta o prestígio que tem constantemente colocado seu trabalho em evidência.