Vitalino Pereira dos Santos (Ribeira dos Campos, Caruaru, Pernambuco, 1909 – Alto do Moura, Caruaru, Pernambuco, 1963). Ceramista popular e músico. Conhecido como Mestre Vitalino, o artista se notabiliza por suas peças de cerâmica que trazem figuras inspiradas nas crenças populares, em cenas do universo rural e urbano, no cotidiano, nos rituais e no imaginário da população do sertão nordestino brasileiro.
Filho de lavradores, ainda criança, começa a modelar pequenos animais de seu repertório rural, como bois e cavalos, com as sobras do barro usado por sua mãe na produção de utensílios domésticos para serem vendidos na feira de Caruaru.
Nos anos 1920, Mestre Vitalino cria a banda Zabumba Vitalino, da qual é o tocador de pífano principal. Na década de 1930, possivelmente influenciado pelos conflitos armados do período, modela seus primeiros grupos. As cenas que remetem à ordem e ao crime no sertão brasileiro são recorrentes em sua produção. Entre bandidos e soldados, policiais, ladrões de cabra e de galinha, destacam-se as figuras dos cangaceiros Lampião, Maria Bonita e Corisco.
Mestre Vitalino caracteriza-se por um estilo pessoal marcante, que se revela na expressividade das feições, nos gestos e posturas corporais da composição teatralizada das cenas que representa. Em certa medida, seu sucesso está relacionado também à tendência cultural da época de valorizar elementos populares, considerados originais e exemplos de brasilidade.
Independentemente das razões do sucesso de Mestre Vitalino, é certo que ele se caracteriza como um dos representantes da cultura nacional, na medida em que expressa, de maneira genuína, o homem nordestino e tudo aquilo que o constitui.