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Adrien Taunay

Aimé-Adrien Taunay (Paris, 1803 — Vila Bela da Santíssima Trindade, 5 de janeiro de 1828) foi um artista francês que se mudou ainda jovem para o Brasil. Seu trabalho principal envolveu a ilustração científica, realizada em destacadas viagens de cunho exploratório realizadas no século XIX. Aimé-Adrien era filho de Nicolas-Antoine Taunay, personalidade que participou da Missão Artística Francesa e organizou a fundação da Academia Imperial de Belas Artes, no Rio de Janeiro.

O artista participou, trabalhando como ilustrador, de duas importantes expedições. A primeira foi uma circum-navegação de caráter exploratório e científico, realizada entre 1818 e 1820. Aimé-Adrien embarca nesta jornada a bordo da corveta Uranie, sob o comando do também francês Louis de Freycinet, junto a outro notório desenhista, Jacques Arago. Esta missão passou pela África do Sul, Austrália, Timor Leste, Ilhas Marianas (Mar das Filipinas), Ilhas Havaianas e outras ilhas do pacífico, até naufragar, sem danos humanos ou aos produtos da pesquisa, nas Ilhas Malvinas. A segunda expedição foi patrocinada pelo Império Russo e comandada pelo barão Langsdorff. A missão, que levou o nome de seu comandante, explorou o interior do Brasil por meio de seus rios. Para Aimé-Adrien, esta jornada teve início em 1825, quando entra para a equipe substituindo Rugendas, outro notável ilustrador. Partindo do Rio Tietê, o artista realizou diversos desenhos, até que em um incidente trágico, estando ainda em meio à missão, faleceu, em janeiro de 1828.

Fora seu trabalho a bordo, Taunay produziu uma caderneta durante uma viagem nas proximidades do Rio de Janeiro, a qual, contendo relatos e desenhos, teve sua importância artística e histórica ressaltada, após receber um tratamento de restauração, o qual foi realizado por uma parceria entre o Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Hercule Florence (IHF).

O trabalho gráfico e textual produzido pelo artista encontra-se distribuído em acervos na Rússia – devido à origem da Expedição Langsdorff, no Haiti e na Austrália – locais pelos quais passou em sua navegação ao redor do mundo, e no Brasil, especialmente no Museu Paulista, em São Paulo.