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Noronha da Costa

Luís Mário [de Sousa] Azevedo de Noronha [e Meneses] da Costa GOIH (Lisboa, Benfica, 17 de abril de 1942 — Lisboa, 9 de abril de 2020) foi um artista plástico e pintor português. Filho de Nuno António Giraldes de Noronha da Costa, Luís Noronha da Costa fez o curso de arquitetura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. Expôs individualmente pela primeira vez em 1962 (Lisboa, Paris, Munique); em 1966 expôs no Salão de Maio, SNBA, Lisboa, e no ano seguinte realizou uma mostra individual na Galeria Quadrante, Lisboa. Em 1969 participou na Bienal de S. Paulo e foi-lhe atribuído o Prémio Soquil pela sua atuação na época de 1968-69; aos 27 anos de idade Noronha da Costa “reúne […] um consenso crítico e público muito alargado” no panorama artístico português. Morreu no dia 9 de abril de 2020 em Lisboa aos 77 anos.

As suas primeiras obras de relevo eram sobretudo colagens “em que se identificava uma procura imagética de caráter poético, o que logo depois se traduziu pelo emprego de folhas de revistas ilustradas impregnadas de óleo de modo a trazer ao mesmo plano os seus anverso e reverso numa imagem dupla e ambígua […]. Seguidamente […] dedicou-se à construção de objetos, nos quais o emprego de espelhos e vidros despolidos produz efeitos espaciais inéditos”, com o cruzamento entre os espaços real e virtual.

Sensivelmente a partir de 1969 fixa os parâmetros da sua obra pictórica posterior, frequentemente realizada com pistola de spray. “A orientação metafórica que caracteriza as pesquisas de Noronha da Costa traduziu-se […] numa pintura de imagens (por vezes copiadas de quadros clássicos) como vistas através de um écran desfocante. A indefinição da imagem é assim […] expressa, numa situação neorromântica que vai às fontes fantasmagóricas do surrealismo”. “As imagens parecem […] ir entrando aos poucos num processo de desmaterialização […]; os seus quadros funcionam como écrans e, por isso, as imagens assumem-se sempre, contra qualquer naturalismo, como afirmação de uma pura virtualidade, isto é, de um espaço em que todo o acontecimento dá lugar (ou protagoniza) a um espaço potencial. São por assim dizer, imagens de imagens. E por serem assim é que nelas se aloja um princípio sistemático de distância, ou de eco”.