1 FRANCO, Afonso Arinos de Melo. O índio Brasileiro e a Revolução Francesa. Rio de Janeiro, J. Olímpio Ed., 1976, 2″ ed. pp. 14, 23, 60-61, passim. O episódio de João Gonçalves, Arinos retira das Epanáforas, de Francisco Manuel de Melo. As primeiras impressões da terra estão resenhadas nos livros O Descobrimento do Brasil. Rio de Janeiro, Soe. C. de Abreu, 1929; e Capítulos de História Colonial: 1500-1800. Rio de Janeiro, Briguiet Ed., 1954, 4* ed., ambos de Capistrano de Abreu.
2 LIMA, M. de Oliveira. Pernambuco, Seu Desenvolvimento Histórico. Recife, SEEC, 1975, 2a ed.; ANDRADE, Manuel Correia de. A Terra e o Homem do Nordeste. São Paulo, Liv. Ed. Ciências Humanas, 1980, 4a ed.; ENNES, Ernesto. As Guerras nos Palmares. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1938, 2 vol.; PIRES, Maria Idalina Cruz. A Guerra dos Bárbaros. Recife, Fundarpe, 1990; MELLO, Frederico Pernambucano de. Guerreiros do Sol: o banditismo no nordeste do Brasil. Recife, Massangana-FJN, 1985; CARVALHO, Marcus J. M. Elos partidos, elos tecidos. In ANDRADE, Manuel Correia de. et alii (orgs.). O Mundo que o Português Criou. Recife, CNPq-FJN, 1998.
3 SOUZA, Gabriel Soares de. Tratado Descritivo do Brasil em 1587. São Paulo, USP, 1987; BOOGAART, Ernst van den et alii. La Expansión Holandesa en el Atlântico. Madri, Mapfre, 1992. pp. 71, 79-80, 110, 123, passim; MELLO, Evaldo Cabral de. Olinda Restaurada: guerra e açúcar no Nordeste, 1630-1654. São Paulo, Ed. Forense, 1975; JOHNSON, Harold B. The portuguese settlement of Brasil. In BETHELL, Leslie. The Cambridge History of Latin America. Cambridge, University Press, 1984, v.1. pp. 119- 143; CARVALHO, Marcus J. M. Pernambuco e Angola: negros e índios em Pernambuco, Colônia e Império. In ANDRADE, Manuel Correia de. et alii (orgs.). Tempo dos Flamengos e Outros Tempos: Brasil- século XVII. Recife, CNPq-FJN, 1999. pp. 191-200.
4 BARLÉUS, Gaspar. História dos Feitos Recentemente Praticados Durante Oito Anos no Brasil. Recife, Fund. Cult. C. do Recife, 1980 (tradução de Cláudio Brandão da primeira edição, holandesa, de 1647); MELLO, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos. Recife, Gov. Pernambuco – SEEC, 1978, 2a ed.; Idem. Apresentação. In BESSELAAR, Joseph van den. Maurício de Nassau, Esse Desconhecido. Rio de Janeiro, Fund. Apoio Pesquisa, 1982. pp. 9-13; SILVA, Leonardo Dantas. A revelação do Brasil por João Maurício de Nassau. In ANDRADE, Manuel Correia de. et alii (orgs.). Tempo dos Flamengos e Outros Tempos. Op. cit. nota 3. No lado plástico, cf. SOUSA-LEÃO FILHO, Joaquim de. Frans Post: seus quadros brasileiros. Recife, Gov. Pernambuco, 1937. Idem. Frans Post (1612-1680). São Paulo, Ed. Civ. Brasileira, 1948; VALLADARES, Clarival do Prado., MELO FILHO, Luiz Emigdio de. Albert Eckhout: pintor de Maurício de Nassau no Brasil, 1637-1644. Rio de Janeiro, Livroarte Ed., 1981.
5 BARRETO, E. Dantas. Acidentes da Guerra. Recife, Liv. Econômica, 1914, 2a ed. p. 319; MELLO, Frederico Pernambucano de. A Guerra Total de Canudos. Recife/Zurique, Stãhli Edition, 1997. p. 236; VILLA, Marco. Canudos: o povo da terra. São Paulo, Ed. Ática. p. 221; O Estado de São Paulo, edição de 8.10.1897.
6 FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Rio de Janeiro, J. Olímpio Ed., 1977, 18a ed. p. 109. O nonagenário Davi Gomes Jurubeba, de Floresta, Pernambuco, filho do jagunço Militão, combatente em Canudos, falou-nos, em 1984, no Recife, da boa qualidade dos bacamartes, facões e punhais da gente do Conselheiro, dotados, nos dois últimos casos, de belos cabos de embuá. É consabido que havia forja no centro do arraial, como “teares na maior parte das cabanas”, uma tendência regional, aliás, como assinalara Burton ainda em 1867 (cf. BURTON, Richard Francis. Viagens aos Planaltos do Brasil. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1973, 2a ed., v. 3. p. 212. Tradução de Américo J. Lacombe). Sobre a qualidade do chapéu-de-couro jagunço, depõe a tendência do soldado do exército de trocar o quepe por um destes, tão logo o obtivesse, o que é registrado pelos memorialistas militares, a exemplo do tenente Henrique Duque-Estrada de Macedo Soares, no seu A Guerra de Canudos. Rio de Janeiro, Bibliex, 1959, 2a ed. (Ia ed., 1903).
Referimos o fato em nosso livro mencionado na nota imediatamente anterior, pp. 72-73 e 200. Dos cinco militares que aparecem em foto de época, feita por Flávio de Barros, hoje no Museu da República, Rio de Janeiro, que tem por legenda “Refeição na bateria do perigo”, três estão de chapéu-de-couro, inclusive o comandante da posição, o tenente Frutuoso Mendes. As redes do arraial também eram notáveis, disse-nos ainda o velho depoente, que não deixou de ter uma palavra sobre a produção caprichosa de adereços diretamente afetados à vida religiosa intensa do Belo Monte.
MOREAU, Pierre e BARO, Roulox. História das Últimas Lutas no Brasil entre Holandeses e Portugueses A Relação da Viagem ao Pais dos Tapuias. Belo Horizonte, Ed. Itatiaia, 1979. p. 72. Tradução de Leda B. Rodrigues da primeira edição, francesa, de 1651.
8 VALLADARES, Clarival do Prado. Arte de formação e arte de informação. In Folkcomunicação. São Paulo, Esc. de Com. e Artes, 1971. p. 19, passim.
9 VILLELA, Jorge L. Mattar. O que distingue o nomadismo da migração: o caso do cangaço de Lampião; e MARQUES, Ana Cláudia Duarte Rocha. Nas trilhas de Lampião: o nomadismo como estratégia. In VILLELA, Jorge L. Mattar. Travessia, ano X, 27: 25-28 e 22-24, respectivamente. Janeiro-abril, 1997, São Paulo.
10 MOREAU, Pierre e BARO, Roulox. Op. cit. nota 7. pp. 17-18.
11 RODRIGUES, José Honório. Conciliação e Reforma no Brasil. Rio de Janeiro, Ed. Civ. Brasileira, 1965.
12 ROMERO, Silvio, apud FREYRE, Gilberto. Op. cit. nota 6. p. 141.
13 Sobre os Palmares, cf. ENNES, Ernesto. Op. cit. nota 2; sobre o longo levante indígena, PIRES, Maria Idalina C. Op. cit. nota 2; as insurreições da Independência à Regência estão estudadas em História do Império: Primeiro Reinado. Rio de Janeiro, Briguiet, 1939 e 1946, 2 vol., e, com o mesmo título, e subtítulo MONTEIRO, Tobias. A Elaboração da Independência. Brasília, INL, 1972, 2″ ed.; o ciclo das revoluções de Pernambuco está em LIMA, M. de Oliveira. Op. cit. nota 2, sendo útil que se leia, de FERRAZ, Socorro. Liberais & Liberais. Recife, UFPE, 1996. A frase sobre a vinagrada é de Sílvio Romero, apud FREYRE, Gilberto. Op. cit. nota 6. p. 142. Os movimentos místicos foram tratados por RIBEIRO, René. O episódio da serra do Rodeador (1817-1820): um movimento milenarista e sebastianista. Antropologia da Religião e Outros Estudos. Recife, Ed. Massangana – FJN, 1982; e por LEITE, Antônio Ático de Souza. Memória sobre a Pedra Bonita ou Reino Encantado na Comarca de Vila Bela, Província de Pernambuco. Rio de Janeiro, Inst. Tip. do Direito, 1875; o Ronco da Abelha e o Quebra-Quilo estão em MILLET, Henrique. Os Quebra- Quilos e a Crise da Lavoura. Recife, Tip. J. do Recife, 1876; e JOFFILY, Geraldo. Quebra-Quilo: a revolta dos matutos contra os doutores. Brasília, Thesaurus, 1977, além de MAIOR, Armando Souto. Quebra-Quilos: lutas sociais no outono do Império. São Paulo, Cia. Ed. Nacional, 1978; os movimentos do começo da República estão sumariados em BELLO, José Maria. História da República: 1889-1902. Rio de Janeiro, Ed. Civ. Brasileira, 1940; sobre Canudos, apontamos o livro específico, de nossa autoria, constante da nota 5; finalmente, Caldeirão e Pau-de-Colher acham-se versados por Firmino Holanda e Raimundo Duarte, em artigos na revista Caderno do CEAS, Salvador, 1998 (v. especial sobre a Guerra de Canudos).
14 FREYRE, Gilberto. Op. cit nota 6. p. 141.
15 LIMA, M. de Oliveira. Op. cit. nota 2. pp. 111-112 e 208, passim.
16 MELLO, José Antônio Gonsalves de. Op. cit. nota 4. p. 138.
17 COSTA, F. A. Pereira da. Folklore Pernambucano. Recife, Arquivo Público Estadual, 1974, 1* ed. autônoma, p. 163; MELLO, Frederico Pernambucano de. Op. cit. nota 2. pp. 42, 52, 222-225, 250.
18 MELLO, Frederico Pernambucano de. Op. cit. nota 2. pp. 43-53, 246-249. Idem. Quem Foi Lampião. Recife/Zurique, Stahli Edition, 1993. p. 26.
19 Idem. Op. cit. nota 2. pp. 10-13, 16, 43-53, e op. cit. nota 5. pp. 76-82, 102-104, passim.
20 Idem. Op. cit. nota 18. pp. 25-33, passim.
21 Idem. ibidem. p. 34. Ver, do mesmo autor, A fotografia e o cangaço. In GRUNSPAN, Élise. O Sujeito em Perigo: identidade fotográfica e alteridade no Brasil do meado do século XIX até 1940. Recife, Ed. Massangana-FJN, 1992. A influência de pintores mexicanos engajados, a exemplo de Rivera, Siqueiros e Orozco, sobre os pintores mencionados, e tantos outros do período 20-30, pode ser aferida em ZILIO, Carlos. A Querela do Brasil. Rio de Janeiro, Funarte, 1982. pp. 56-61 (sobre Di); pp. 100-105 (sobre Portinari); na mesma linha, BENTO, Antônio. Cândido Portinari. In: Aspectos da Arte Brasileira. Rio de Janeiro, MEC-Funarte, 1980.
22 VALLADARES, Clarival do Prado. Op. cit. nota 8. p. 15. .
23 MELLO, Frederico Pernambucano de. Op. cit. nota 2. pp. 6-8, 14-15, 21, passim, e op. cit. nota 20. pp. 46-50. Em 1988, reunimos o ex-cangaceiro Candeeiro e o ex-soldado volante Luís Flor, este último, nascido na mesma ribeira pernambucana de que era natural Lampião, seu amigo e companheiro de mocidade antes de que a vida lhes separasse radicalmente os destinos, e fizemos uma reconstituição rigorosa do traje do guerrilheiro da caatinga, do período em que ambos estiveram ativos, é dizer, décadas de 20 e 30, basicamente. Partindo das fotos do ciclo, felizmente abundantes, puxamos pela memória de ambos, e ainda por esta e mais a habilidade de velhos alfaiates de couro da Várzea do Icó, município de Floresta, Pernambuco, que confeccionaram as peças minudentemente descritas por cangaceiro e macaco. Nesse mesmo 1988, assinalando a passagem dos 50 anos do combate do Angico, Sergipe, montamos na Fundação Joaquim Nabuco, no Recife, a exposição Á Luz de Lampião, de que veio a ser uma das atrações principais o manequim cangaceiro que resultou do estudo. Em 1992, a convite do prefeito de Zurique, levamos o cangaceiro etnográfico para aquela cidade, expondo-o na Helmhaus, onde pôde ser visto e estudado. Desde então, cada vez mais nos impressionam a presença plástica e a funcionalidade inteligente do conjunto formado pela roupa, equipamentos e alfaias desses antigos senhores absolutos das caatingas do Nordeste.
24 BURTON, Richard Francis. Op. cit. nota 6. vol. 3, p. 200.
25 RIBEIRO, Darcy, RIBEIRO, Berta G. A Arte Plumária dos índios Caapor.
Rio de Janeiro, s. ed., 1957.
26 AMADO, Gilberto. Presença na Política. Rio de Janeiro, J. Olímpio Ed., 1958. pp. 259-260. Sobre o ritual do sangramento nordestino, o único estudo existente, feito vis-à-vis da outra execução regional brasileira, a degola gaúcha, está no nosso livro A Guerra Total de Canudos, op. cit. nota 5. pp. 221-223, em que também estão estudados, material e funcionalmente, o facão, a faca de ponta e o punhal, às pp. 280-286. No plano internacional, sobretudo o de influência portuguesa, recomendamos a leitura de DAEHNHARDT, Rainer. Homens, Espadas e Tomates. Porto, Nova Acrópole Ed., 1996. O detalhamento etnográfico do cutelo nordestino está em Apontamentos sobre a Faca de Ponta, de FARIA, Oswaldo Lamartine de. Mossoró, Fund. G. Duque, 1988. Ainda sobre o chapéu de Lampião, a classificação da esmeralda deve-se a ROCHA, Melquíades da. Bandoleiros das Caatingas. Rio de Janeiro, Ed. A Noite, 1940. p. 42.
27 BORGES, Jorge Luís. Nova Antologia Pessoal. São Paulo, Difel Ed., 1982. p. 59; MELO NETO, João Cabral de. Poemas Pernambucanos. Recife, Centro J. Mariano-N. Fronteira, 1988. p. 149.
28 Diário de Notícias. Salvador, 14.1.1929; FONTES, Oleone Coelho. Lampião na Bahia. Petrópolis, Ed. Vozes. pp. 34, 60, 77, 97-98.
29 Submetemos ambos os conjuntos à veterana bordadeira recifense D. Ofélia Cavalcanti, que gentilmente nos fez a identificação do ponto de bordado da preferência cangaceira, notadamente ao tempo de Lampião. Esclareceu ainda que as partes, nesse procedimento, precisam ser bordadas antes de se integrarem ao todo, espichadas em bastidor para não engelharem após a junção, quando vêm a ser costuradas fortemente umas às outras, chegando-se ao conjunto final. Pedimos à singela perita de uma arte hoje do domínio de poucos que avaliasse a qualidade dos trabalhos que tinha sob os olhos. Considerou o feito no bornal de Zé Baiano ação de amador. Quanto ao outro, o de Lampião, não vacilou em conceder ao seu dono e autor o título de “colega”.
30 O paraibano Tomás Santa Rosa é autor da capa da segunda biografia em livro feita sobre Lampião, surgida ainda em vida deste, de autoria de Ranulfo Prata, com o título direto de Lampião, Rio de Janeiro, Ariel Ed., 1934; e ainda das capas do romance Cangaceiros, de José Lins do Rêgo, de 1953, e da peça Lampião, de Rachel de Queiroz, de 1955. Sobre o traço engagé, oriundo da influência mexicana, veja-se o que diz Antônio Bento, op. cit. nota 21. pp. 121-122: “Portinari chegou mesmo a colocar lenços vermelhos nos pescoços dos cangaceiros, conferindo-lhes desse modo intenções revolucionárias”. O trabalho de José Cláudio é capa do nosso livro identificado na nota 2, acima, em cujas pp. 231-232 acha-se relatada a tragédia de Jundiá, que tanto marcou a meninice de Cícero Dias. Cf. Noite Ilustrada, Rio de Janeiro, edições de 12.6.1934, p. 15, e de 2, 9, 16 e 23.8.1938, nesta última, particularmente as pp. 20, 21, 25, 26. Lampião na capa da revista O Cruzeiro está reproduzido em CHANDLER, Billy Jaynes. Lampião: o rei dos cangaceiros. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1981. p. 168. Cf. ainda New York Times, edição de 29.7.1938 (o periódico começa a cobrir as façanhas de Lampião no número de 29.11.1930); e Paris-Soir, de 31.7.1938, apud A Noite, Rio de Janeiro, de 1o de agosto de 1938.
31 ANDRADE, Mário de. O Baile das Quatro Artes. São Paulo, Liv. Martins Ed., 1975, 3″ ed., pp. 132-133.
32 MELLO, Frederico Pernambucano de. Op. cit. nota 20. pp. 50, 107-108. Balão depôs para a revista Realidade, no 92, ano VIII, de novembro de 1973, confundindo-se um pouco na questão da data. A notícia do rádio está em ROCHA, Melquíades da. Op. cit. nota 26. p. 18.
33 FONTES, Oleone Coelho. Op. cit. nota 28. p. 36.