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Belmiro de Almeida

Belmiro de Almeida (Serro, 22 de maio de 1858 — Paris, 12 de junho de 1935) foi um pintor, desenhista, escultor e caricaturista brasileiro. Belmiro de Almeida fez seus primeiros estudos de desenho e pintura no Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro. Ingressou logo depois na Academia Imperial de Belas Artes, onde teve como professores Agostinho José da Mota, Zeferino da Costa e José Maria de Medeiros.

Na década de 1880, viajou para a Europa, visitando Paris. Em Paris frequentou o ateliê de Jules Joseph Lefebvre, participou de salões e realizou exposições individuais. A partir de então, alterna residência entre Paris e Rio de Janeiro.

Em 1886, Belmiro retratou em duas pinturas impressionistas um personagem negro liberto no centro da tela identificado como Príncipe Obá, uma auto-intitulação de Cândido da Fonseca Galvão.[2][3] Em 1887, expôs Arrufos, sua pintura mais conhecida, que destaca-se pelo tom levemente irônico com o qual foi retratada,[1] e pela polêmica provocada pelo quadro ao público e aos críticos da época.[4] Em Retrato de Abigail Seabra aos 12 Anos de Idade, e em obras de paisagens como Paisagem em Dampierre (2) e Le Chemin de La Ferme, o artista se inspira na técnica do pontilhismo. Já em Mulher em Círculos, de 1921, Belmiro trabalha com uma estética futurista.[1] Em suas obras realizadas na Europa, buscou retratar o ambiente camponês em que se encontrava, como é o caso da pintura Bom Tempo. Em 1892, pintou Efeitos do Sol, em que Belmiro utiliza de técnicas impressionistas para retratar a luz e a atmosfera do ambiente campestre.

No Brasil, ocupou interinamente, de 1893 a 1896, a cadeira de Desenho Figurado na antiga Escola Nacional de Belas Artes, em substituição a Pedro Weingärtner. Em 1916 foi contratado pela escola para reger a cadeira de Desenho de Modelo-Vivo. Dedicou-se a caricatura, colaborando nos principais periódicos cariocas da época e também à escultura, em que o seu trabalho mais conhecido é a figura do manequinho, instalada em uma praça pública no Bairro de Botafogo.

Fixou-se definitivamente em Paris no fim da Primeira Guerra Mundial. No Salão Nacional de Belas Artes, conquistou a medalha de ouro de segunda classe em 1894, e a grande medalha de ouro em 1921. Sua obra integra o acervo de importantes instituições como o Museu Nacional de Belas Artes. Ali se encontra que uma de suas telas mais famosas, Arrufos, que traz o poeta e crítico de arte Gonzaga Duque como modelo; também o poeta se inspiraria no pintor para criar um personagem (agrário) do romance Mocidade morta (1899). No Rio, trabalhou como caricaturista em diversas revistas, como A Cigarra e O Malho. Belmiro morreu em Paris no ano de 1935.