A artista formou-se em arquitetura pela Universidade Federal de Minas Gerais em 1986 e em artes plásticas pela Escola Guignard, em Minas Gerais, em 1987. Ela produz fotografias, instalações e objetos por meio da utilização de imagens fotográficas de arquivos públicos e privados, abordando questões acerca da natureza da imagem, seu valor simbólico e seu processo de despersonalização. Obteve seu doutorado em ciências da comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo em 1997, com um livro de artista desenvolvido a partir da série Cicatriz (1996), realizada com reproduções de negativos fotográficos do Arquivo do Museu Penitenciário Paulista.
Em 1988, quando começa a pós-graduação na USP, desenvolve uma série de fotografias a partir de fotogramas jogados nos lixos próximos às salas de montagem.[5] Paralelamente, no final da década de 1980, Rennó foca nos universos familiar e feminino, voltando-se para imagens recolhidas em álbuns e arquivos fotográficos de sua família, interessada nas possibilidades de ressignificação da memória.
Com sua mudança para o Rio de Janeiro em 1989, seu foco se desloca dos conflitos da esfera privada, como os laços de família, para a esfera pública ou coletiva. Rennó passa a trabalhar com negativos e cópias esquecidas de retratos 3×4 adquiridos em estúdios fotográficos populares. Mais tarde, fixou-se na narrativa fotográfica, recolhendo textos que falavam de fotografia em jornais de circulação nacional.
Em meados da década de 1990, a artista começa a utilizar fotografias recolhidas em arquivos históricos e criminais, como as imagens de presos do extinto Departamento de Medicina e Criminologia, pertencentes ao Museu Penitenciário Paulista; ou retratados de antigos funcionários da companhia de construção do governo Novacap encontrados no Arquivo Público do Distrito Federal.