Diogo Pires, o Moço ou Diogo Pires-o-Moço (as datas e locais de nascimento e morte são desconhecidos)) foi um escultor português ativo entre o final do século XV e o primeiro quartel do século XVI. Era filho ou sobrinho de Diogo Pires, o Velho.
Formado no contexto do gótico tardio, Diogo Pires, o Moço foi “o maior vulto da escultura manuelina”. A sua obra assinala a transição, em Portugal, entre o gótico e a renascença.
As suas primeiras obras importantes, como o Padrão da Ponte de Coimbra ou a Estátua jacente de Frei João Coelho, são inteiramente no estilo manuelino, faceta da sua obra que culminará com as duas estátuas do Anjo Heráldico (ou Anjo Custódio do Reino), realizadas para a Igreja do Mosteiro de Santa Cruz e consideradas as suas obras-primas. A imagem do Anjo Heráldico poderá ser considerada como “o alfa e o ómega da estatuária manuelina: ao mesmo tempo que a afirmar na sua pujança, é o seu grande canto do cisne”.
“Diogo promoveu, dentro da sua obra, uma gradual renovação de acordo com o gosto «ao romano», por influência, decerto, de Nicolau Chanterene, com quem conviveu e trabalhou”[3]. A mudança pode localizar-se entre 1522 e 1523, aquando da empreitada de renovação da igreja do Mosteiro de São Marcos de Coimbra em que ambos estiveram envolvidos. Os túmulos de Aires Gomes da Silva e de João da Silva dão conta dessa alteração, confirmando a viragem estilística do escultor, que então procurou, em certa medida, aproximar-se das opções renascentistas de Chanterene.