Seu pai era tchecoslovaco, de família judaica, enquanto a mãe era filha de um alemão e de uma italiana de origem judaica, convertida ao catolicismo. Os pais se separaram quando Mira era ainda um bebê, e a mãe se casou novamente com um conde italiano.
Em Milão, na década de 1930, estudou Filosofia na Universidade Católica e, a partir de 1936, também freqüentou a escola de arte. Durante a Segunda Guerra Mundial, acaba abandonando os estudos. Em 1941, vai para Sofia, na Bulgária, fugindo da perseguição nazista. Acaba em Sarajevo, na Iugoslávia, onde se casa com Josip Hargesheimer, com o intuito de conseguir permissão para emigrar.
No imediato pós-guerra, entre 1946 e janeiro de 1949, o casal permanece em Roma. Mira é considerada “pessoa deslocada”, no jargão das autoridades, e trabalha na Organização Internacional de Refugiados. Nessa época mantém correspondência com o teólogo Ferdinando Tartaglia.
Finalmente, obtém permissão para vir para o Brasil, chegando ao Rio de Janeiro em 12 de janeiro de 1949. Em seguida, fixa-se em Porto Alegre. Ali, além de pintar, dá aulas de pintura e trabalhar com cerâmica. Também estuda e publica poesias. Assinaria suas obras com o sobrenome Hargesheimer até 1953.