Carlos Alberto Fajardo (São Paulo, 10 de setembro de 1941) é artista, professor do Departamento de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. A obra de Carlos Fajardo constrói relações utilizando superfícies discretas dispostas no espaço de modo que possam ser vivenciadas corporalmente pelo indivíduo. O trabalho solicita extensão e duração.
É preciso se relacionar com ele em seus aspectos físicos, levar em conta a distância que ele dispõe entre as coisas e o transcurso espaçotemporal a que convida. Ele requer uma consciência corporal do indivíduo, simplesmente o acolhe na sua condição mais viva e espontânea – de pedestre. Pressupõe esse indivíduo autoconsciente das condições dadas do ambiente e por isso mesmo capaz de modificá-las. Seus trabalhos transitam pelos limites da arte, como escreveu Walter Zanini: “A posição teórica rege incisivamente o comportamento de Carlos Fajardo, interessado em propor uma abertura para outras estruturas de definição de arte, ele cria novos e delicados relacionamentos entre obra e espectador
A partir dos anos 2000 tem se dedicado à reflexão através de objetos, fotografias, vídeos, esculturas e instalações, muitos dos quais tem utilizado vidros e espelhos (placas de laminado refletido) em diversas configurações. Obras nas quais, segundo Henrique Xavier: “Você subitamente contempla não mais os vidros, mas este jogo de luz produzindo uma multiplicação das imagens nos espelhos de Fajardo, você vê que as obras refletem a si mesmas como espelhos frente a frente multiplicando suas imagens em um abismo infinito de reflexão. As imagens formadas pelos reflexos são jogadas umas sobre as outras. Você quase pode imaginar a impossível fricção entre infinitos raios de luz se esbarrando em trajetórias cruzadas em um perpétuo movimento de vai e vem, vêm e vão.”